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Tuesday, March 22, 2005

O sacrifício

Muitas vezes nós, no decorrer da nossa vida somos apontados das coisas mais atrozes que me vêm à memória neste momento, mas nos somos mais que isso (pelo menos alguns de nós), somos mais que o simples aglomerado de átomos que pela qual se diz que alguém imaculado e santo se sacrificou à muitos séculos atrás, somos alma, vontade, desejo, inocência, pecado, somos o dia, a noite, o cheiro a terra húmida nos dias chuvosos e deprimentes, somos musica, sol, lua, universo, uma pétala de rosa, somos alegria, tristeza, ódio e rancor. Porque somos tudo isto e mais? Porque sem nós, nada disto faria sentido. Menosprezamos, a cada dia, minuto, segundo que passa a nossa importância. Mais uma eterna dicotomia, tão importantes, grandiosos, audazes, e ao mesmo tempo tão frágeis, a conclusão está dentro de cada um de nós, no meu caso, vejo-me resignado, preso num corpo, este invólucro que usamos para nos passear pela crosta terrestre. Triste é o facto que nenhuma destas componentes vive dissociada uma da outra.
Faço por acreditar, que aquando na nossa concepção, seja por um acaso cientifico ou pela intervenção divina, algo nos foi deixado, nem a ciência nem a força superior poderia ter tal atitude arrogante e invejosa em retirar-nos as únicas duas coisas que temos como nossas na vida, o corpo e a alma, é sabido que o invólucro torna-se pó, desaparece, dá lugar ao “vazio”, a alma, a alma essa sim, faço por acreditar com todas as minhas forças que fica, que não cessa a sua existência. Se nos voltaremos a ver? Bem, isso depende das crenças de cada um… Mas eu Acredito e pergunto:
Alguém se sacrificaria em vão?

Thursday, March 17, 2005

Voltar a sentir.

Pois hoje foi daqueles dias que me senti dispensável aos olhos dos meus pais.
A tarde apareceu, por entre as nuvens nesta colmeia de gente, o sol fazia por aquecer o coração daqueles que ainda se aventuram galgando os passeios das ruas da cidade. Da minha janela senti o dia como se de uma tarde primaveril se tratasse, os tons claros cobriam a cidade, aquele cheiro no ar trouxe-me recordações dos dias em que eu era somente componente física na engrenagem que é sociedade, puto, inconsciente e desprovido de responsabilidade. “Aulas?”. Pensei eu!
Deixei o meu mundo e aventurei-me, propuseram-me sentir a brisa do mar, inconscientemente dei por mim no ponto sem retorno. Acordei deste estado de letargia num qualquer parque de estacionamento da cidade, porém este diferente de todos os outros, a cor, a energia, o cheiro, tudo era específico e especial, o mar à minha frente, aquela imensidão de azul. Prontamente corri para esplanada mais próxima.
Entre o café e os cigarros, uma conversa surgiu!
- Lembras-te de como éramos quando tínhamos 16 anos?
- Se me lembro.
Desta maneira dei a minha resposta, vaga e desprovida de sentimento, mas era uma batalha desigual entre “mim” e “mim” não voltar atrás. Relembro a inocência, a abordagem para com as pessoas, as convicções da altura que hoje caíram por terra. No meio do silêncio nova pergunta:
- E as gajas, bons tempos.
Nesta tinha que responder.
- Sabes, tenho saudades desses dias, da maneira de amar daquela altura, o facto de ter a dita rapariga a nossa frente e não lhe poder tocar, de ir especificamente para um sitio só com o intuito de a ver, nem que fosse de longe, de sair à noite com a sensação que era a primeira vez todas as vezes, de sair com uma peça nova de roupa, e essa coisa tão simples e desprezável alimentava de tal maneira o nosso ego que éramos os maiores, íamos confiantes, fazíamos maravilhas, metíamos conversa com a rapariga mais inatingível da cidade, como nos contentávamos com coisas tão banais, mas éramos felizes, e hoje? Somos? Tudo hoje é tão automático, maquinado, não existe sentimento, se existe, por uma questão de reputação temos que agir como se ele não existisse. Tudo tão problemático, pensamos demais. No que nos tornamos afinal. Acho que por pecados cometidos, Deus, como penitência fez com que hoje tudo na minha vida no campo em questão perdesse o interesse, sinto-me mais um jovem no limiar de virar adulto a viver as situações sem o mínimo de romantismo e magia. Quem me dera voltar para trás no tempo, quem me dera voltar a sentir…

Alma Imortal

Os dias, as horas, os segundos, a dança incessante do ponteiro reformula o mundo a cada instante, ideias caiem por terra, impérios egocêntricos e egos menosprezados são postos em dúvida. O tempo não pára, o seu fluir inexorável teima em queimar a pele rosada e os rostos de criança de que outrora os nossos pais se orgulhavam tanto, hoje pensamos independentemente de ideias, credos e valores exteriores, estamos completos, pelo ser que auto-construímos. Pergunto-me, será ele o certo? Será ele o adequado? O que é certo e adequado? A frustração invade-me, pois tudo no mundo tem um carácter muito pouco dogmático. Poucos são os valores que não se alteram à medida que a vida nos vai moldando, mas alguns são inalteráveis, pertencer a este aglomerado é um deles, ser Parrraxista. Pois para ti companheiro Rellax, tens uma prova viva, uma semana também conta, um dia também conta, até a mediocridade de uma simples hora fazemos com que conte. Liberto-me escrevendo, sentindo, acompanhando tudo o que vocês vivem e tem coragem de nos transmitir, bem hajas por permitir que entremos também no teu mundo. Deste modo, morreremos com a experiência directa e indirecta na sua quota máxima. Deste modo seremos relembrados, deste modo iremos transmitir orgulho às gerações vindouras, deste modo imortalizaremos as nossas almas!

Aperto na Alma (Parte I)

Meus olhos não queriam acreditar, fiquei perplexo, apanhado, perdido no tempo, pondo as leis mais irrevogáveis à face da terra em dúvida. Será que os cristais líquidos do monitor, na sua dança incessante, perderam os seus pares certos e uniram-se em uníssono para me mostrar algo impossível? Afinal que leio eu?
Óbvio que precisei de algum tempo para me recompor, tal notícia recebida desta maneira, tão abrupta, choca qualquer um que admite viver pelas leis que apregoamos. Admiti a mim próprio que o erro foi meu, que não quis ver nas entrelinhas, não liguei, não quis ouvir, não quis saber, limitei-me por vezes a sorrir e outras rir, rir de histórias contadas, passagens de uma existência tão parecida à minha no seu todo, sem interiorizar dentro da minha própria cabeça a ideia por detrás da aventura. Hoje cresci, cresci muito, cheguei ao patamar pretendido (se bem que tarde, mas como se diz em linguagem popular, “mais vale tarde que nunca”), pois vislumbrei que também nós não somos na íntegra, aquele aço, ferro fundido, o ser desprovido de sentimentos que queremos transparecer, também nós somos abalados quando Deus assim o quer, houve alguem que cedeu, uma “firewall” que foi por terra.
Concluo, que também nós, parrraxistas assumidos, também nós, nos APAIXONAMOS!Ó tu da pulseira mágica, têm a consciência que para onde fores, onde estiveres, com quem estiveres, a nossa alma parrraxista estará contigo até à eternidade! Força!

Aperto na Alma (Parte 0,5)

Longos são os dias desde a última vez que dei de caras com tal pedido!
Algo pelo qual nutro um substancial carinho e amizade, seja ele uma pessoa, entidade ou colectivo, apresentou a toda esta comunidade (que luta a favor do mesmo), uma nova demanda "Escrevam, comentem, mostrem de que são feitos, pelo que lutam e o que tencionam atingir..."! Pois esta obrigação moral pôs-me a pensar, e como tenciono fazer jus à minha reputação, como tal não me dei por rogado em aderir imediatamente à causa. Estas palavras que aqui escrevo são simplesmente para expôr ao conhecimento de todos que também me encontro neste barco, se bem que escondido no porão. Que podem contar comigo tanto quanto eu conto convosco!
Aquando da data propícia, farei dos meus pensamentos, medos e conclusões: palavras. Palavras essas que redireccionarei para este espaço tão nosso!
Sempre convosco, o colega de armas,