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Wednesday, February 13, 2008

Outra e mais outra e ainda mais outra vez.

Oh Deus do céu, sabem o que é pior que uma estupidez muito estúpida? Pois eu tenho todo o gosto em lhes responder, é uma estupidez muito estúpida, cíclica e temporizada.
Que parvoeira de tamanho desmedido é esta desse tal dia dos namorados… Ele rotulam-se dias por tudo e por nada. Quando me arranjam um diazito da tecla Enter, ou dos escapes de rendimento, da matutano, superbock, sei lá, algo que seja tanto, ou pouco menos estúpido que esse dia dos namorados.
Os defensores adictos de tal dia, criticam aqueles que se lhe opõem, dizendo que não passam de ressabiados, de indivíduos que porque não têm forma de o celebrar, ao invés de se manterem no cantinho deles esforçando-se para não se fazerem notar, entretêm-se a critica-lo. Pois isto é completamente disparatado, falo por mim e somente por mim, quando digo que crítico esse dia precisamente porque pergunto as pessoas:
- Quantas vezes celebraste o dia dos namorados?
- Algumas vezes.
- Com quantas pessoas diferentes?
- Hu, hum, mas…
Precisamente…
Se querem celebrar algo especial, cinjam-se às maiorias, e façam-me um dia dos casados, porque a taxa de casamentos bem sucedidos, apesar de tudo, ainda ultrapassa a dos namoros bem sucedidos (entenda-se bem sucedidos por namoros que resultaram no nó, ou na forca como dizem os velhos do Restelo que por aí andam).
Mas andamos a celebrar o dia dos namorados só porque temos alguém aquém nos referimos como sendo “namorado/a”? Sabendo que em metade do total dos casos, essas uniões de alma e de carne não passam de um entretêm ou hobby, porque toda a gente têm, eu tenho que ter.
Parece mal não o festejar? E quê? Sou obrigado? Batem-me?
Mais um festejamos de sorriso estampado na boca, em que fazemos por nos remeter a um estado transcendental, estado em que não existem problemas e tudo corre as mil maravilhas, em que a vida é um sonho. Era bom que assim fosse o mundo, realmente era. Mas eu n terei mais nada que fazer da vida se não andar a festejar coisas que ainda não sei se sobreviveram ao longo dos tempos? Festeje-mos a provação que já ultrapassamos, e ganhemos força para a próxima que há-de vir, porque os estados de pura fantasia e as visões de futuros perfeitos não dão de comer a ninguém. Não vamos por o carro afrente dos bois.
Tenho mais que fazer que render-me a mediocridade a que o ser humano, na maioria dos casos, se rebaixa enquanto procura a tal alma gémea. Ponho um anúncio no jornal “Se não tens namorado para festejar este dia, liga-me, o preço é em conta, e para mim que já o festejei com tanta gente diferente, já me chega a ser igual ao litro.

Como dizia o Fernando Rocha:
Querem lá ver que agora eu é que sou a puta!