Stock House

Friday, May 19, 2006

O Pior dos Sintomas!

De mãos geladas, pouso os dedos no aspero gradeamento da varanda... inspiro a essência primaveril, aquela por tantos de nós reconhecida, aquela em que se denota a leve fragrância de flor, de tudo que se mantém vivo, do mais apoucado organismo capaz do milagre da fotossíntese. Olho os candeeiros da rua, inconscientemente comparo as suas cores, as diferentes tonalidades, o clarão por elas formado na atmosfera, gradiente fotométrico que quando avistado ao longe parece cintilar... “Estrelas”... penso eu! Olha... as estrelas... perco-me em memórias de conclusões e pedidos ao ente divino por mim evocados outrora... Que pedia eu em dias findados!? Talvez o velhinho turbilhao que não se controla... como costumo apregoar bastantes vezes “O que faço bem eu controlo... o que sinto... triste resígnio... não!”. Eis... pelo vistos Ele ouviu-me... hoje tenho de tudo um pouco... o que me manda por terra, o que me levanta, o que me faz suspirar, o que me faz sorrir, o que controlo, o incontrolavel, realmente problemático, mas de falta não me posso queixar isso é factual... Imaginando todos estes sintomas e mais uma turbamulta de gente tentando desenfreadamente o seu bilhete para a felicidade, saltando, rodopiando, pisando, combatendo, esmagando e oprimindo-se uns aos outros pelo que acham eles, o seu tao merecido prémio, bem no amago desta batalha existe um ser munido de tudo que outros têm e não têm mas em triplo, que com dobro talvez tivesse medo de empatar; implacável, ousado, atrevido, audacioso e sem remorsos, este todos suplanta e nenhum dos outros deixa vigorar... instruído desde criança para ganhar e se evidenciar em relação a tudo e todos... ora nas lides da vida chamamos-lhe heroi, no campo do turbilhão de sentimentos EU chamo-lhe saudade... a saudade desmedida... o primeiro, o mais inflexível, o mais irrevogável e o mais tormentoso de todos os sintomas para uma grande cefalalgia...