Voltar a sentir.
Pois hoje foi daqueles dias que me senti dispensável aos olhos dos meus pais.
A tarde apareceu, por entre as nuvens nesta colmeia de gente, o sol fazia por aquecer o coração daqueles que ainda se aventuram galgando os passeios das ruas da cidade. Da minha janela senti o dia como se de uma tarde primaveril se tratasse, os tons claros cobriam a cidade, aquele cheiro no ar trouxe-me recordações dos dias em que eu era somente componente física na engrenagem que é sociedade, puto, inconsciente e desprovido de responsabilidade. “Aulas?”. Pensei eu!
Deixei o meu mundo e aventurei-me, propuseram-me sentir a brisa do mar, inconscientemente dei por mim no ponto sem retorno. Acordei deste estado de letargia num qualquer parque de estacionamento da cidade, porém este diferente de todos os outros, a cor, a energia, o cheiro, tudo era específico e especial, o mar à minha frente, aquela imensidão de azul. Prontamente corri para esplanada mais próxima.
Entre o café e os cigarros, uma conversa surgiu!
- Lembras-te de como éramos quando tínhamos 16 anos?
- Se me lembro.
Desta maneira dei a minha resposta, vaga e desprovida de sentimento, mas era uma batalha desigual entre “mim” e “mim” não voltar atrás. Relembro a inocência, a abordagem para com as pessoas, as convicções da altura que hoje caíram por terra. No meio do silêncio nova pergunta:
- E as gajas, bons tempos.
Nesta tinha que responder.
- Sabes, tenho saudades desses dias, da maneira de amar daquela altura, o facto de ter a dita rapariga a nossa frente e não lhe poder tocar, de ir especificamente para um sitio só com o intuito de a ver, nem que fosse de longe, de sair à noite com a sensação que era a primeira vez todas as vezes, de sair com uma peça nova de roupa, e essa coisa tão simples e desprezável alimentava de tal maneira o nosso ego que éramos os maiores, íamos confiantes, fazíamos maravilhas, metíamos conversa com a rapariga mais inatingível da cidade, como nos contentávamos com coisas tão banais, mas éramos felizes, e hoje? Somos? Tudo hoje é tão automático, maquinado, não existe sentimento, se existe, por uma questão de reputação temos que agir como se ele não existisse. Tudo tão problemático, pensamos demais. No que nos tornamos afinal. Acho que por pecados cometidos, Deus, como penitência fez com que hoje tudo na minha vida no campo em questão perdesse o interesse, sinto-me mais um jovem no limiar de virar adulto a viver as situações sem o mínimo de romantismo e magia. Quem me dera voltar para trás no tempo, quem me dera voltar a sentir…
A tarde apareceu, por entre as nuvens nesta colmeia de gente, o sol fazia por aquecer o coração daqueles que ainda se aventuram galgando os passeios das ruas da cidade. Da minha janela senti o dia como se de uma tarde primaveril se tratasse, os tons claros cobriam a cidade, aquele cheiro no ar trouxe-me recordações dos dias em que eu era somente componente física na engrenagem que é sociedade, puto, inconsciente e desprovido de responsabilidade. “Aulas?”. Pensei eu!
Deixei o meu mundo e aventurei-me, propuseram-me sentir a brisa do mar, inconscientemente dei por mim no ponto sem retorno. Acordei deste estado de letargia num qualquer parque de estacionamento da cidade, porém este diferente de todos os outros, a cor, a energia, o cheiro, tudo era específico e especial, o mar à minha frente, aquela imensidão de azul. Prontamente corri para esplanada mais próxima.
Entre o café e os cigarros, uma conversa surgiu!
- Lembras-te de como éramos quando tínhamos 16 anos?
- Se me lembro.
Desta maneira dei a minha resposta, vaga e desprovida de sentimento, mas era uma batalha desigual entre “mim” e “mim” não voltar atrás. Relembro a inocência, a abordagem para com as pessoas, as convicções da altura que hoje caíram por terra. No meio do silêncio nova pergunta:
- E as gajas, bons tempos.
Nesta tinha que responder.
- Sabes, tenho saudades desses dias, da maneira de amar daquela altura, o facto de ter a dita rapariga a nossa frente e não lhe poder tocar, de ir especificamente para um sitio só com o intuito de a ver, nem que fosse de longe, de sair à noite com a sensação que era a primeira vez todas as vezes, de sair com uma peça nova de roupa, e essa coisa tão simples e desprezável alimentava de tal maneira o nosso ego que éramos os maiores, íamos confiantes, fazíamos maravilhas, metíamos conversa com a rapariga mais inatingível da cidade, como nos contentávamos com coisas tão banais, mas éramos felizes, e hoje? Somos? Tudo hoje é tão automático, maquinado, não existe sentimento, se existe, por uma questão de reputação temos que agir como se ele não existisse. Tudo tão problemático, pensamos demais. No que nos tornamos afinal. Acho que por pecados cometidos, Deus, como penitência fez com que hoje tudo na minha vida no campo em questão perdesse o interesse, sinto-me mais um jovem no limiar de virar adulto a viver as situações sem o mínimo de romantismo e magia. Quem me dera voltar para trás no tempo, quem me dera voltar a sentir…
1 Comments:
Bem, devo confessar que isto não são horas para comentar qualquer tipo de texto... muito menos algo tão bem escrito! Vamos la ver se me lembro do que escrevi no #...: Tens uma sensibilidade enorme e uma percepção de pequenas coisas que nos passam despercebidas (ainda k quotidianas)... mas k as pessoas n dão valor... Estabeleces duas esferas bastante distintas entre si: a inocência e ansiedade do auge d um adolescente e a descoberta da uma realidade materialista e egocêntrica, fria e monótona! Isto é, a famosa antítese passado/futuro.
O motivo pelo qual te levou a escrever isto, decerto que atinge muita gente: Nostalgia!
Continua assim!*******************
By Koala, at 7:00 PM
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