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Monday, April 25, 2005

Voltar a sentir. (Parte II)

Não queria acreditar, não podia acreditar, durante anos pensei vaguear por esses canelhos da vida sozinho, entregue como sempre, somente a mim próprio, previ que iria continuar a vaguear por muito mais tempo, sempre da mesma maneira, a maneira descuidada, distante, fria, difusa em emoções, sem que nunca essas mesma emoções fossem as minhas. Vivi contos e romances de outros, acompanhava-os pois neles encontrava o que nos meus faltava, se é que alguma vez os cheguei mesmo a ter na íntegra. Comecei por pensar que de uma, mais uma como tantas brincadeiras se tratasse, longe da minha racionalidade e perto do meu coração algo maior que os meus raciocínios se aglomerava, como uma erva daninha atingindo tudo a sua passagem, com as suas ramificações apertando o cerco à minha capacidade de abstracção. Não consegui combater o que não podia ser travado, encontrei, contra todas as hipóteses outra vez aquela sensação, aquele aperto ofegante que parece estrangular com tanta força tudo o que sou, desde o ar que respiro, as fragrâncias que cheiro, aos momentos que vivo, às situações em que reino, apontou com punho firme, disparou com velocidade cruzeiro, atingiu o sitio proibido. Fracturou… o quê? Ainda não sei, mas vou descobrir…

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